domingo, 30 de dezembro de 2012




Quero aproveitar o momento para desejar a todos, um FELIZ ANO NOVO!!! Repleto de realizações, oportunidades, satisfações, amores e acima de tudo, respeito ao próximo e dignidade!
SEJA FELIZ E FAÇA ALGUÉM FELIZ TAMBÉM!!!


É o que te desejo do fundo do meu coração: Lusiete.

sábado, 1 de dezembro de 2012


MUDAR A EDUCAÇÃO PARA NÃO TER QUE MUDAR O HOMEM

A educação tem de mudar, para o bem do aluno e de toda a humanidade. Sem falar na quantidade e qualidade de escolas que ora fecham por falta de verbas para manutenção, ora não tem aulas por falta de professores. 

IDEIAS ÚTEIS E INOVADORAS

Surge a expectativa de que, além dos conhecimentos escolares convencionais, sejam também incorporados aos currículos das escolas, aspectos ligados a comportamento sexual, afetividade, padrões de convivência social e cidadania, "conscientização política", parâmetros de higiene e saúde, familiarização como novas tecnologias, consciência ecológica, uso de drogas e suas respectivas implicações ético-morais e outros mais. O fenômeno não é exclusivo do setor público e pode ser observado, até com mais intensidade, nas escolas do setor privado.

(AUTO) ANÁLISE E AVALIAÇÃO DAS ESCOLAS

A auto-análise de uma escola é de suma importância, tanto para os discentes quanto para os docentes e funcionários.
Para que os alunos possam ter um bom desempenho, é imprescindível que o organismo (escola) esteja funcionando bem. E para que isso se torne possível é preciso que se faça uma auto-análise. É como se fosse olhar no espelho para ver se está tudo bem, ou melhor dizendo, seria como tirar um RX para poder detectar o que de errado há e o que pode ser mudado para melhorar a escola em seu todo.

UMA ESCOLA BEM MELHOR


O AUMENTO DA JORNADA ESCOLAR FUNDAMENTAL

O aumento da jornada escolar, se faz necessário para aprendizagem do aluno em vários setores de estudo, tais como: disciplinas normais, laboratório de informática, noções de agricultura, reciclagem, meio ambiente, noções de higiene, alimentação, educação artística ampliada (oficinas), etiqueta (comportamento), esportes etc.
Para tanto, é de responsabilidade total da escola, fazer com que o aluno se interesse pela longa jornada e não veja isso como um fardo diário.
Cabe aos profissionais de ensino, não só se adequarem, como também se reciclarem, se atualizando no que diz respeito ao ensino moderno. Tendo a facilidade no uso de ferramentas de multimídia e outros acessórios. Visto que, para ensinar, é preciso, antes, aprender.
a ampliação das funções da escola fundamental, pode, sim, desenvolver ótimos cidadãos, tornando-se pessoas democráticas e emancipadas.
A escola dundamental precisaria reformular-se em profundidade, mas estaria mantida a possibilidade de permanecer cumprindo o papel de centro público (e universal) de formação de novas gerações. Isso implicaria em mudanças em sua rigidez institucional, em sua maneira de lidar com o conhecimento e de receber cada aluno.
A escola, por sua natureza de instituição formativa, por sua relativa independência do processo produtivo e por seus objetivos e processos de médio e longo prazo, pode constituir uma instituição que promova, mais e mais, a experiência da unidade transitória, da busca da competência comunicativa em direção ao entendimento.
Se a ampliação das funções da escola fundamental propicia a explicitação do caráter político da experiência pedagógica, isso se deve à intensificação das relações pessoais, comunitárias e educacionais que ela proporciona e que é a base para a ligação da escola e do currículo com o mundo de fato e, portanto, com a dimensão política. No entanto, de que maneira essa explicitação do político pode se dar na relação pedagógica sem descaracterizá-la, destituindo-a de seu papel educativo?
A origem da escola está no fato de que seres novos chegam a este mundo sob a condição específica e diferenciada da infância. A diferença entre adultos e crianças é, pois, um inamovível da estrutura escolar. adultos cuidam, protegem, orientam crianças e adolescentes e responsabilizam-se por eles, ou seja, exercem a diferença de sua condição que é a de estarem integralmente postos e expostos no mundo, ao passo que as crianças precisam ser relativamente preservadas até que possam enfrentá-lo.
O mundo tem jeito, se jeito tiver a visão da educação em seu todo ".

ESCOLA DA PONTE - Uma Escola sem Muros


ESCOLA DA PONTE

Uma escola sem muros:
É uma escola aberta, construída por vontade dos professores. Tem oficina de trabalho, ou escola laboratório, que permite o desenvolvimento de uma pedagogia orientada, com a integração escola e vida diária, aliando o saber ao saber fazer.
Um espaço pode, no princípio de um dia de trabalho, acolher o trabalho de grupo, pode servir a expressão dramática, pela manhã e pode receber, no fim do dia, as crianças para um debate. Em um mesmo dia, o polivalente pode ser um espaço de cantina, de assembleia, de expressão dramática (teatro), de educação físico-motora;

O espaço e o tempo de aprender:
O derrubar das paredes libertou alunos e professores da rigidez dos espaços tradicionais e acompanhou o derrube de outros muros. Em conjunto com as alterações arquitetônicas atrás referidas, outras opções organizacionais marcaram a ruptura com o modelo tradicional de organização da escola que considerávamos não respeitar as individualidades de não favorecer o sucesso de todos;

Repensar a escola:
O que os professores da Escola da Ponte pretendem é o mesmo a que qualquer professor aspira: que as crianças aprendam mais, que aprendam melhor, que se descubram como pessoas, que vejam os outros como pessoas e que sejam pessoas felizes, na medida do possível. Esta ideia esteve presente desde a primeira hora, ao ser inscrita o projeto uma matriz axiológica assente na solidariedade e na autonomia;
Em nome da autonomia e da solidariedade:
Na Escola da Ponte, as crianças são tratadas como crianças e não como alunos. O Estatuto das crianças, a relação entre elas e com elas são imediatamente perceptíveis para quem visita a escola. As crianças apresentam-na aos visitantes como coisa sua, conhecem-lhe os meandros, dominam por completo os dispositivos pedagógicos, explicitam os porquês de tudo o que fazem, de tudo o que vivem;

Riscos e fragilidades:
O maior risco e fragilidades encontram-se no corpo docente. A maior parte dos formadores (da formação inicial ou não inicial) recorre a modelos de ensino em tudo contrários aos modelos teóricos que transmitem. Como conceber, então, uma ideia de mudança que assente sobre uma formação acrítica e contaminada pelo academismo? Isomorficamente, os formandos reproduzem os mesmos modelos de ensino, apesar e contra modelos teóricos que lhes foram transmitidos. "Há tendências claras para a 'escolarização' e para a 'academização' dos programas de formação de professores (...) apesar da retórica do 'professor reflexivo'." Como conceber, então, uma ideia de mudança, na ausência de uma dimensão reflexiva e práxi ecológica da formação?
As modalidades de formação mais ajustadas às necessidades dos professores a envolver no projeto parece serem as mais intensamente ligadas às práticas e, entre estas, o círculo de estudo foi o suporte das mudanças operadas na Ponte. Dois últimos anos, a experiência do estágio de formação contínua permitiu a criação de redes de colaboração entre professores e escola;

Disseminar ou contaminar?
Nos últimos anos, a Escola da Ponte, recebeu muitos milhares de visitantes, foi objeto de múltiplas investigações, matéria para teses, artigos e livros. Cremos que se tendeu, até, para alguma mitificação. Felizmente, ainda não é possível clonar projetos. A validade da experiência da Ponte deve, pois, ser relativizada. Houve fatores de emergência decorrentes de um contexto específico e que não poderiam ser replicados. O que possa ser transferível tem mais a ver com o espírito e a gramática do projeto. A Escola da Ponte apenas mostrou que há utopias realizáveis.
" Tudo é possível quando se tem coragem para realizar." (Lusiete)

terça-feira, 20 de novembro de 2012



Anne Frank, foi uma adolescente que viveu o terror da guerra, não podendo ir à escola, estudava no seu esconderijo onde viveu anos com sua família e amigos. Registrava tudo em seu diário, que fora encontrado após a sua captura e morte. Um filme baseado em fato real, que emociona e ensina a viver...

MAIS QUE COMPROMISSO PROFISSIONAL

     O verdadeiro compromisso é a solidariedade, e não a solidariedade com os que negam o compromisso solidário, mas com aqueles que, na situação concreta, se encontram convertidos em "coisas".
    Comprometer-se com a desumanização é assumi-la e, inexoravelmente, desumanizar-se também.
Esta é a razão pela qual o verdadeiro compromisso, que é sempre solidário, não pode reduzir-se jamais a gestos de falsa generosidade, nem tampouco ser um ato unilateral, no qual quem se compromete é o sujeito ativo do trabalho comprometido e aquele com que se compromete a incidência de seu compromisso. Isso seria anular a essência do compromisso, que, sendo encontro dinâmico de homens solidários, ao alcançar aqueles com os quais alguém se compromete, volta destes para ele, abraçando a todos num único gesto amoroso.
        Pois bem, se nos interessa analisar o compromisso profissional com a sociedade, teremos que reconhecer que ele, antes de ser profissional, é homem. Deve ser comprometido por si mesmo.
       Como homem, que não pode estar fora de um contexto histórico-social em cujas inter-relações constrói seu eu, é um ser autenticamente comprometido, falsamente "comprometido" ou impedido de se comprometer verdadeiramente.
      No caso profissional, é necessário juntar ao compromisso genérico, sem dúvida concreto, que lhe é próprio como homem, o seu compromisso de profissional.
Se de seu compromisso como homem, como já vimos, não pode fugir, fora deste compromisso verdadeiro com o mundo e com os homens, que é solidariedade com eles para a incessante procura da humanização, seu compromisso como profissional, além de tudo isso, é uma dívida que assumiu ao fazer-se profissional.
    Seu compromisso como profissional, sem dúvida, pode dicotomizar-se de seu compromisso original de homem. O compromisso, como um quefazer radical e totalizado, repele as racionalizações. Não posso nas segundas-feiras assumir compromisso como homem, para nas terças-feiras assumi-lo como profissional. Uma vez que "profissional" é atributo de homem, não posso, quando exerço um quefazer atributivo, negar o sentido profundo do quefazer substantivo e original. 
    Quanto mais me capacito como profissional, quanto mais sistematizo minhas experiências, quanto mais me utiliza do patrimônio cultural, que é patrimônio de todos e ao qual todos devem servir, mais aumenta minha responsabilidade com os homens. Não posso, por isso mesmo, burocratizar meu compromisso de profissional, servindo, numa inversão dolosa de valores, mais aos meios que ao fim do homem. Não posso me deixar seduzir pelas tentações míticas, entre elas a da minha escravidão às técnicas, que, sendo elaboradas pelos homens, são suas escravas e não suas senhoras.
      Não devo julgar-me, como profissional, "habitante" de um mundo estranho; mundo de técnicos e especialistas salvadores dos demais, donos da verdade, proprietários do saber, que devem ser doados aos "ignorantes incapazes". Habitantes de um gueto, de onde saio significantemente para salvar os "perdidos", que estão fora. Se procedo assim, não me comprometo verdadeiramente como profissional nem como homem. Simplesmente me alieno.
      Todavia, existe algo que deve ser destacado. Na medida em que o compromisso não pode ser um ato passivo, mas práxis - ação e reflexão sobre a realidade - inserção nela, ele implica indubitavelmente um conhecimento da realidade. Se o compromisso só é válido quando está carregado de humanismo, este, por sua vez, só é consequente quando está fundado cientificamente. Envolta, portanto, no compromisso do profissional, seja ele quem for, está a exigência de seu constante aperfeiçoamento, de superação do especialismo, que não é o mesmo que especialidade. O profissional deve ir ampliando seus conhecimentos em torno do homem, de sua forma de estar sendo no mundo, substituindo por uma visão crítica a visão ingênua da realidade, deformada pelos especialismos estreitos.

(FREIRE, Paulo - Educação e Mudança - págs. 23-26)




Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Cora Coralina.     

Obs.: Ela fazia aniversário junto comigo: 20 de agosto.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A ESPERANÇA NA EDUCAÇÃO

Se a educação é determinada fora do poder de controle comunitário dos seus praticantes, educandos e educadores diretos, por que participar dela, da educação que existe no sistema escolar criado e controlado por um sistema político dominante? Se na sociedade desigual ela reproduz e consagra a desigualdade social, deixando no limite inferior de seu mundo os que são para ficar no limite inferior do mundo do trabalho (os operários e filhos de operários) e permitindo que minorias reduzidas cheguem ao seu limite superior, por que acreditar ainda na educação? Se ela pensa e faz pensar o oposto do que é, na prática do seu dia a dia, por que não forçar o poder de pensar e colocar em prática uma outra educação?
A resposta mais simples é: "porque a educação é inevitável". Uma outra, melhor, seria: "porque a educação sobrevive aos sistemas e, se em um ela serve à reprodução da desigualdade e à difusão de ideias que legitimam a opressão, em outro poder servir à criação da igualdade entre os homens e à pregação da liberdade". Uma outra ainda, poderia ser: "porque a educação existe de mais modos do que se pensa e, aqui mesmo, alguns deles podem servir ao trabalho de construir um outro tipo de mundo".
"Reinventar a educação" é uma expressão a Paulo Freire e aos seus companheiros do Instituto de Desenvolvimento e Ação Cultural. De algum modo, eles a aprenderam na África, trabalhando como educadores junto a educadores de países como a Guiné-Bissau e as ilhas de São Tomé e Príncipe, que se haviam tornado independentes de Portugal e tratavam de reinventar, mais do que só a educação, a sua própria vida social. O mais importante nesta palavra, "reinventar", é a ideia de que a educação é uma invenção humana e, se em algum lugar foi feita um dia de um modo, pode ser mais adiante refeita de outro, diferente, diverso, até oposto. Muitas vezes um dos esforços mais persistentes em Paulo Freire é um dos menos lembrados. Ao fazer a crítica da educação capitalista, que ora chamou também de "educação bancária", ora de "educação do opressor", ele sempre quis desarmá-la da ideia de que ela é maior do que o homem. De que as pessoas são um produto da educação, sem que ela mesma seja uma invenção das pessoas, em suas culturas, vivendo as suas vidas. Ele sempre quis livrar a educação de ser um fetiche. De ser pensada como uma realidade supra-humana e, por isso, sagrada, imutável, e assim por diante. Ao contrário do que acontece com os deuses, para se crer na educação é preciso primeiro dessacralizá-la. É preciso acreditar que, antes, determinados tipos de homens criam determinados tipos de educação, para que, depois, ela recrie determinados tipos de homens. Apenas os que se interessam por fazer da educação a arma de seu poder autoritário tornam-na "sagrada" e o educador, "sacerdote". Para que ninguém levante um gesto de crítica contra ela e, através dela, ao poder de onde procede.
Por isso, muitas páginas atrás comecei falando sobre ensinar-e-aprender como alguma coisa que começa com os bichos (quem sabe com as plantas, com os seres "brutos" do Universo?) e que, entre nós, homens, existe por toda parte. Procurei corrigir a visão estreita de que a educação se confunde com a escolarização e se encontra só no que é "formal", "oficial", "programado", "técnico", "técnocrático". Se em algumas páginas falei dela como um entre outros instrumentos de desigualdade de alienação, em outras imaginei-as como uma aventura humana.
A educação existe em toda parte e faz parte dela existir entre opostos.